21 março 2007

Há histórias e estórias...

História e estória são, em rigor, duas possibilidades gráficas da mesma palavra.

Contudo, foi só há relativamente pouco tempo que a grafia “estória” começou a ganhar visibilidade, o que no meu entender se deve, em larga medida, a uma moda – porque a língua também é afectada pela moda, e não é pouco. Basta pensarmos nos nomes próprios que se põem aos bebés em determinadas épocas, conforme personagens de livros (antigamente) e de telenovelas, ou vedetas da vida real (hoje).

Assim, nota-se que muita gente, inclusive autores de literatura portuguesa e juvenil, usa preferencialmente o termo "estória" quando o significado é "narrativa ficcional, fantasiosa", optando por reservar o segundo para os contextos em que signifique "relato ou sucessão de eventos factuais".

Todavia, nada nos impede de usar apenas a grafia história para ambos os sentidos, já que ela também contempla o significado que hoje se atribui a estória. O que não é aconselhável é usar o termo estória quando nos referimos à disciplina científica que descreve factos reais (a tal História com maiúscula), ou a uma qualquer narrativa que seja baseada em acontecimentos que tiveram, de facto, lugar.

Porque, ao que parece, afinal, uma coisa são as histórias, outra as estórias...

1 comentário :

Anónimo disse...

A primeira vez que ouvi que estória foi numa aula da prof dr Luísa Araújo... no meu 2ºano ...