31 maio 2008

Novo desafio

O que há de errado na frase que se segue?


«Se reaver o dinheiro a tempo, ainda poderei fazer uma viagem ao estrangeiro nas férias.»

27 maio 2008

Quem encontra os 12 erros deste texto?


O Tomás não é uma criança mal comportada, mas sofre de um desiquilíbrio hormonal que o deixa por vezes obsecado com comida, como se estivesse sempre cheinho de fome. Todos os dias, imperetrivelmente há uma hora, pára o que estiver a fazer e entra numa enorme excitação. Quando as crianças saiem da sala em fila para almoçar, nunca quer ir na rectaguarda, com receio de ficar sem comer. Nessas circunstâncias, tem comportamentos menos adquados e, lógicamente, é repreendido. Mensalmente, encontramo-nos com os pais dele, que têm uma explêndida relação com o filho e estão sempre disponiveis para conversar.

21 maio 2008

Desenhar, designar e design

Os dicionários informam-nos que o verbo desenhar vem do latim designāre, que significava «marcar (de maneira distintiva), representar, designar; indicar», etc. – segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. Assim, conclui-se que os verbos desenhar e designar têm a mesma origem – qualquer pessoa perceberá isso sem dificuldade.

No entanto, quando falo com profissionais dessa nova arte que é o design, e se os confronto com a possibilidade de me referir à sua profissão como o “desenho”, para evitar o anglicismo, eles tentam quase sempre convencer-me de que design e desenho são coisas COMPLETAMENTE diferentes e o termo design não é um estrangeirismo, porque provém do latim.

Alguns procuram mesmo explicar-me que, enquanto o verbo desenhar corresponde à acção de representar uma forma graficamente, fisicamente, o design – que dos dois termos é o único, alegam eles, que vem do latim designāre – refere-se ao acto de apontar ou indicar – cujas implicações são espirituais, senão mesmo demiúrgicas. Aliás, para eles, isto faz todo o sentido, porque afinal o designer é um puro designador, mas não desenha nada. Quando muito, manda outros desenharem por ele.

Sinceramente, escapam-me estes raciocícios. Até entendo que um designer vista assim a sua camisola, defendendo a todo o custo a essência conceptual da sua profissão. Mas não consigo perceber como pode fechar os olhos perante aquilo que é óbvio. Afinal, não há mal nenhum em usar um termo estrangeiro para designar um conceito novo, para o qual achamos que a palavra antiga, já carregada de acepções, não serve totalmente. Foi o que aconteceu com teste, que também veio do inglês, apesar de ter origem latina. E não há mal nenhum nisso!

19 maio 2008

Quem encontra os 10 erros presentes neste texto ?


As acções eficazes de voluntariado dependem da boa-vontade de uma minoria preserverante, embora muitos hajam no sentido de ajudar o próximo no dia a dia. Só apartir do momento em que o Governo e as autarquias adequem a legislação às necessidades efectivas dos mais carênciados e de quem os assiste poderão haver condições para querer que a sociedade é solidária, pois promove o bem e incentiva os cidadãos a pratica-lo.

18 maio 2008

Pescadinha de rabo na boca




Não sei se repararam que temos publicado cada vez com menos frequência...
Não sei se repararam que os comentários aos textos escasseiam cada vez mais...

É a chamada "pescadinha de rabo na boca", uma excelente imagem deste círculo vicioso: escrevemos menos por falta de incentivo por parte dos leitores, mas os leitores talvez comentem menos por falta de estímulo da nossa parte!

14 maio 2008

Chamativo já não é apelativo!


Apeler em francês quer dizer “chamar”. Daí o adjectivo apélatif, que significa em português chamativo, ou seja, que chama a atenção.

Agora, porém, está na moda dizer que as coisas são (ou não) “apelativas”, quase ninguém diz que são chamativas.

No entanto, nem mesmo o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, que é tão “para a frentex”, regista esse sentido para o adjectivo apelativo, que significa «Que chama ou invoca, que apela» (derivado, naturalmente, do verbo apelar), ao passo que chamativo designa, realmente, algo «Que chama a atenção, vistoso». É, portanto, clara a diferença: o que é apelativo apela, exorta; o que é chamativo chama, atrai.

Assim, quando dizemos que as cores vivas tornam o espaço mais “apelativo”, devemos, na realidade, dizer “mais chamativo”, para chamar as coisas pelos seus nomes!

09 maio 2008

O Vocabulário de que (quase) não se fala


O Acordo Ortográfico contempla, no seu preâmbulo, o seguinte artigo:

«Artigo 2.º

Os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãos competentes, as providências necessárias com vista à elaboração, até 1 de Janeiro de 1993, de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas.»

Ora, o que eu pergunto é: quando é que se vai começar a fazer este vocabulário, que é imprescindível para a concertação da tal ortografia (supostamente) comum?

Em Portugal, um dos “órgãos competentes” será certamente a Academia das Ciências de Lisboa. Os outros não sei quais são, confesso. E pergunto-me, assumindo desde já, publicamente, a minha ignorância: não haverá por cá uma Academia das Letras (de uma qualquer cidade portuguesa, não precisa de ser lisboeta) que possa dar conta do recado? Quer-me parecer que a tarefa é demasiado titânica para uma Academia que já deve ter pano para mangas ocupando-se das ciências todas que existem...

07 maio 2008

O novo “purtuguex”

Confesso que cada vez tenho mais dificuldade em compreender as mensagens que os jovens escrevem uns para os outros hoje em dia. Talvez o objectivo deles também passe por aí – dificultar a compreensão por parte dos “cotas” – apesar de me parecer que a principal razão “pk xcrevem axim” é simplificar a ortografia.

Simplificar, por si só, não é um objectivo condenável. Basta lembrar que é uma das grandes vantagens da reforma ortográfica, para os seus defensores. O problema é que a substituição de umas letras por outras – nomeadamente o q pelo k e o s/ch/ç pelo x – , aliada à falta de leituras de qualidade, vai progressivamente criando imagens mentais das palavras que se afastam da sua grafia oficial.

Rapazes e raparigas com quem tenho falado garantem-me que não, que conseguem escrever “normalmente” sempre que é preciso, que só usam essa escrita abreviada e simplificada nas mensagens de telemóvel e correio electrónico. Eu dou-lhes o benefício da dúvida. Até porque, pela minha experiência como professora, a maior dificuldade da juventude que acaba o secundário e ingressa no ensino superior já nem sequer é escrever sem erros, mas algo muito mais grave: exprimir ideias através de palavras adequadas e frases gramaticalmente aceitáveis.

Nesse sentido, a grande polémica em torno do Acordo Ortográfico parece-me às vezes uma patetice, um devaneio de intelectuais alheados do que realmente interessa na sociedade, no que diz respeito ao uso da língua. E apetece-me dizer «venha o Acordo e depressa! Ao menos assim, os alunos que cometem actualmente vinte erros num ditado de 100 palavras passarão a cometer apenas quinze!»

02 maio 2008

Erro gratuito



Há quem tenha dúvidas sobre acentuação e há quem tenha certezas, mesmo estando errado...

Nesta paragem de autocarro, no Algarve, não há dúvida: o ditongo "ui" na palavra gratuito foi substituído por um hiato, isto é, as duas vogais pertencem, pelos vistos, a sílabas diferentes (para quem escreveu a palavra assim) e o "i" tornou-se a única vogal tónica.

Ui...