27 fevereiro 2007

Ler bem para escrever melhor


Uma das generalizações a que quase nenhum professor de Português resiste é esta: “eles escrevem mal, porque não lêem.”

Sabemos que isto não se aplica a toda a gente, mas há muitos alunos que admitem não ler “livros a sério” e até concordam que escreveriam melhor se o fizessem. Aqueles que afirmam ler bastante e confessam escrever mal são casos excepcionais.

É claro que, hoje em dia, nem tudo o que se lê vale a pena, nem tudo o que está escrito está bem escrito, sobretudo na Internet, que deve ser a fonte de leitura mais consultada pelos estudantes – pelo menos a julgar pelas “bibliografias” que agora apresentam no final dos trabalhos.

Mas uma coisa é certa: raríssimos são aqueles que lêem muito (livros a sério) e escrevem mal.

A pergunta que fica no ar é esta: afinal, o que são livros a sério?!


12 comentários :

Anónimo disse...

É por essas e por outras que, na prática, só leio bons autores portugueses. E evito os brasileiros e as traduções.

S. Leite disse...

Acho que faz bem, Deprofundis. Mas olhe que há autores brasileiros excelentes e o curioso é que, quando são bons (sobretudo do século XIX e meados de XX), o seu uso do Português é pouco diferente do nosso. Quanto às traduções, é preciso saber escolher. Quando o tradutor também é um (bom) escritor, o resultado costuma ser uma leitura muito aprazível e edificante!

Anónimo disse...

Eu leio imenso, mas não sei dizer se o que leio é bom, nem se escrevo bem. Uma coisa é certa, raramente dou erros a escrever. Mas dou :p
Sempre gostei de ler, espero que isso tenha, realmente, influenciado na minha escrita.
Beijinhoooos

S. Leite disse...

Penso que, para além de ter um conteúdo que nos interessa e estimula, um livro a sério é, forçosamente, um livro bem escrito. E, se não soubermos escolher, podemos sempre aconselhar-nos com quem sabe!

Anónimo disse...

Com as traduções há dois aspectos a considerar: o primeiro deve-se ao facto de, por melhor que seja a tradução, aquilo que se lê acaba por ser a "leitura" que o tradutor fez da obra — daí o adágio italiano "tradutore traditore" (será assim que se escreve?)—;
o outro aspecto reside na circunstância de os tradutores serem quase todos ilustres desconhecidos, o que dificulta a escolha.

S. Leite disse...

É verdade que são raros, hoje em dia, os casos de escritores-tradutores. Mas é como diz, se o tradutor for um ilustre desconhecido, por via das dúvidas, o melhor é ler antes um autor português...

Anónimo disse...

Banda desenhada será uma boa referência ????? X)
Pronto professoras estava só a brincar, mas gosto muito de ler banda desenhada :P
Creio que o rótulo de "bom livro" depende muito dos gostos das pessoas, quando compro um livro, dou especial atenção ao conteúdo, no entanto considero que a forma como uma pessoa escreve está intimamente relacionada com os (bons) hábitos de leitura de tem.
Beijinho*
*

Anónimo disse...

Olá, começo por dar-vos os parabéns por este trabalho, apesar de nunca ter comentado, sou leitora e "consultora" assídua!
Lembro-me perfeitamente de ouvir numa das suas aulas (das quais tenho saudades) que para escrevermos bem, era necessário que lêssemos muito. Mas que a escolha de um bom livro também não era tarefa fácil, para quem não lê habitualmente. Sugiro que pudessem criar um espaço neste blogue com sugestões literárias, por exemplo, um livro por mês. O que me dizem?=)*

S. Leite disse...

Ideia muito interessante, Filipa! Mas, sabe, eu acabo frequentemente por ficar desiludida, porque quase sempre que recomendo um livro de que gosto muito, as pessoas que o lêem dizem que é "uma seca"!... A última vez que isso me aconteceu foi há pouco tempo, com o Ensaio sobre a Cegueira do Saramago. E eu até compreendo, porque que também há gostos que não se discutem em matéria de livros.
De qualquer maneira, é uma sugestão que vamos registar :)

yuiyiuy disse...

realmente as pessoas que leêm bastante consegue desenvolver uma caracteristica na fala e na linguagem bem diferentes das demais por esse motivo eu recomendo, Galera leêm bastante.

Unknown disse...

Oi. Eu gostaria de esclarecer que no Brasil temos uma infinidade de grandes autores e escritores de altíssimo nível mas nossa cultura foi intoxicada pelos lixos estrangeiros e traduções porcas que aqui se adentraram comercialmente. As novas gerações leêm mal, inegavelmente, devido principalmente ao emburrecimento gerado pela internet e antes disso aos livrinhos de romance fantasioso de JK Rouling e outros do mesmo estilo que se tornaram praga no Brasil. Por conseguinte, perdemos o interesse pela leitura de alto-nível e edificante.
Mas eu não tenho que debater absolutamente nada com vocês não é mesmo? Vocês são a raiz do empobrecimento espiritual e cultural das terras onde vocês portugueses pisaram. Trazendo suas prostitutas nojentas e seus ladrões e vigaristas para a "Nova terra". É um consenso nacional entre os mais letrados que seriamos mil vezes mais felizes e prósperos se tivéssemos sido "colonizados" por Britânicos ou qualquer outra potência européia da época. Agora, ser colonizados e escravizados por portugueses foi o fim da picada.

Obrigado, e guardem seus lixos pra vocês mesmos desta vez.

Anónimo disse...

Thai Cardoso, a maior potência na época dos Descobrimentos era Portugal. Em relação a prostitutas e ladrões, penso que o Brasil leva uma grande vantagem quantitativa em relação a Portugal. E comece a pensar duas vezes antes de opinar, porque "lixo" foi aquilo que você escreveu no 2º parágrafo.