Adolescentes vs regras de ortografia...?
Ser adolescente é ser rebelde? Muitas vezes.
A rebeldia também passa pelo uso da língua? Sem dúvida.
E que dizer desta nova forma de os adolescentes escreverem (mensagens de telemóvel, de correio electrónico, etc...), que deixa os adultos “certinhos” desesperados, sobretudo quando são professores de Português? (Pexoalé axim, axo k kada vexé maix komplikado perxeber-vos, mas tasse...!)
É tentador cair no chavão: “se continuam a escrever dessa forma, cada vez vão ter piores notas a Português...” Mas nós queremos fugir dos chavões. E queremos dar aqui a oportunidade aos adolescentes (e não só?) de manifestarem a sua opinião sobre este suposto problema. Afinal, estão ou não a ter mais dificuldades em escrever correctamente?
14 comentários :
Eu não sou adolescente mas posso dar uma opinião?
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Ninguém responde...
Como quem cala consente, vou opinar.
A língua escrita é uma forma de comunicação que deve ser acessível a todos. Essas "escritas" de que fala, para lá de estarem sempre a mudar (e penso que não estão a evoluir), acabam por se limitar a pequenos grupos de pessoas. Dificilmente serão utilizadas pela maioria da população. Até porque seria necessário um grande esforço de harminização e imposição de regras. O que lhe tira toda a utilidade. E fatalmente irão parar ao caixote do lixo. Hoje temos umas, amanhã outras, mas o destino é esse. Embora não me espante que algum dia alguém publique um livro com essa forma de expressão.
É claro que todo o esforço de aprendizagem dessa escrita se faz em detrimento da língua "normal", digamos assim. E acabará por criar vícios que, por sua vez, resultarão em erros.
Penso que o que há a fazer é simplificar a escrita e aproximá-la da fala. Por muito que custe aos puristas.
Nota: eu não sou purista mas gostaria de o ser...
Eu já escrevi assim, quanto tinha 14/15 anos. Hoje, com 21 anos, não gosto nada dessa forma de escrever e, apesar de ter amigas que ainda escrevem assim, custa-me por vezes, ler o que escrevem nas sms ou no msn. Mas acho que cada um deve ser livre para escrever da maneira que mais gosta, ou lhe dá mais jeito.
Quanto aos erros de português, nunca dei muitos erros, e quando "xkevia axim", não me parecia que os dava, mas conheço muita gente que acaba por escrever mal por causa "dexte tipoh de xkrita".
Beijinho às professoras *
Deprofundis, entendemos a sua perspectiva. Por um lado, parece-nos que esta nova forma de escrever, ao aproximar a grafia da fala, até tem a sua lógica. Mas é preciso que nos entendamos... Joana, obrigada pelo comentário lúcido e esclarecedor. Volte sempre!
Curiosamente eu creio que o necessário seria cuidar a fala, transformando-a em melhor escrita!
Infelizmente fala-se muito mal e também se escreve muito mal!
Do meu ponto de vista, a escrita utilizada na internet ou nas mensagens, por muita gente de forma informal só dificulta a escrita formal.
Beijinhos,
Madalena.
É verdade, devemos começar pela fala. Às vezes, se quisermos usar um registo mais formal, surgem-nos dificuldades que nem esperávamos, por simples falta de hábito.
Quanto à escrita, Talvez devêssemos voltar a escrever cartas "à moda antiga", de vez em quando, aos familiares mais velhos ou distantes, com quem temos menos confiança. Eles ficariam radiantes e a nós só nos faria bem. Aliás, há especialistas que dizem que, ao deixarmos de escrever com a mão e a caneta, usando apenas o teclado, perdemos uma relação especial com a escrita que passa por "sentir" o que escrevemos de uma forma particular.
Isto tem um lado bom!
"Eles" nunca escreveram tanto como escrevem hoje.
Não acham?
Um optimista, este Paulo!... :)
Digo-o com muita sinceridade e acredito que na maioria dos casos existe a consciência de que aquilo que escrevem não é o correcto. Sei também que por vezes a força do hábito possa levar a um "esquecimento" das regras. Mas penso que a verdade é que "eles" nunca escreveram tanto....tem o seu lado positivo? Sim...julgo que sim.
Sem dúvida ;)
É importante que sejamos optimistas. A língua portuguesa sofreu inúmeras evoluções e continua sendo comunicável. Deixemo-nos de purismos, para não dizer puritanismos, e comuniquemos.
Cristina
Bem observado, Cristina. E eu nem gosto de ser considerada uma purista! Desde que a comunicação esteja salvaguardada, a evolução será sempre, à partida, positiva.
Aliás, como diz o Deprofundis, essa forma de escrever dos jovens não se espalhará, em princípio, pelos outros domínios sociolectais, pelo que não é preciso ter receio de uma mudança radical que ponha em causa a inteligibilidade das mensagens. Mas a mim preocupa-me, como professora, que os jovens escrevam cada vez pior (no código convencional), talvez por influência desse subcódigo. Faço-me entender?
Jesus é meu Amigo. Ele nos aconselha a todo instante para criarmos fórmulas Inovadoras no intuito de Motivar e Incentivar Nossos Jovens e Nossas Crianças a, cada vez mais, buscar Conhecimentos das diversas áreas, formando grupos de intelectuais Conscientes, e assim, cada Município aceitarem o desafio de Vencer o Mal com o Bem.
ler todo o blog, muito bom
a ver= visto, visao, enxergar.
haver= ter possuir alcançar,conseguir, existir suceder, ocorrer, realizar-se, efetuar-se......
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