Acentos a mais
Alguns erros ortográficos decorrem da falta de acentos, mas muitos resultam também do seu excesso. Considerem-se as seguintes palavras que costumam“pecar” por excesso:
*alcoolémia, *rúbrica, *outrém, *inclusivé, *à priori, *sózinho e *diáriamente.
Alguns destes erros têm origem em vícios de pronúncia, é o caso de *alcoolémia e *rúbrica. (ver E se recusasse fazer o teste da “alcoolémia? e ainda a “rúbrica”).
Outros são cometidos por analogia com palavras semelhantes, por exemplo, *outrém (por analogia com ninguém e alguém). Uma das regras de acentuação diz que são acentuadas apenas as palavras agudas (não monossilábicas) terminadas em -em. Ora, outrem é uma palavra grave.
Verifica-se, ainda, uma tendência para colocar um acento gráfico em determinadas vogais abertas: *à priori e *inclusivé. Estas palavras são expressões latinas e, por isso, a sua grafia original deve ser respeitada (em latim não havia acentuação gráfica). Para além disso, se pronunciarmos a palavra inclusive pausadamente, verificamos que o acento tónico recai na sílaba si, logo, não faz sentido colocar um sinal gráfico na vogal /e/.
Por fim, palavras terminadas em -mente e em -zinho têm também por hábito receber um acento! Por exemplo: *sózinho e *diáriamente. Ao associar qualquer sufixo a uma palavra base, o acento tónico avança “uma casa”, passando a recair na primeira sílaba do sufixo. Por isso, essas palavras não devem ter qualquer acento gráfico, já que este daria uma falsa indicação do acento tónico.
Digam lá, então, se as ditas palavrinhas não ficam mais bonitas sem qualquer adereço!
alcoolemia, rubrica, outrem, inclusive, a priori, sozinho e diariamente.
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