07 setembro 2007

Quando a flexão se torna criação

É interessante verificar como são produtivos em português os sufixos diminutivos e aumentativos, como -ito, -eco, -aréu, -ucho, -arra e tantos outros, que parecem servir apenas para conferir maior expressividade à linguagem, através da criação de substantivos mais “coloridos” e adaptados à realidade que se pretende representar.
Assim, em vez de falar simplesmente de um pardal, de um miúdo, de um fogo, de um papel, de uma boca, às quais depois associamos determinados adjectivos, podemos referir-nos a um pardalito, a um miudeco, a um fogaréu, a um fatucho, a uma bocarra. E não deve haver muitas línguas em que isso seja possível!“Mas esses sufixos diminutivos e aumentativos não têm grande utilidade na linguagem do dia-a-dia!”, dir-me-ão. No entanto, muitos deles permitiram criar palavras novas, cujo significado não se resume à soma do sentido do sufixo ao do radical. Por exemplo palhinha, latão, cavalete, pastilha... já tinham pensado nisso?

5 comentários :

JOANA M. disse...

Nunca tinha pensado nisso e até desconhecia a palavra "fogaréu" :p bj

Anónimo disse...

Gostaria de dizer que gostei muito do blog. Não sou um "falador" correcto do nosso português mas esforço-me. Tenho sempre muitas dúvidas e questiono-me a mim e aos amigos sobre várias palavras. Uma delas é o "vamos" - obviamente que se a escrevesse no meio de uma frase seria, "queres que nós vamos contigo?" em vez do que é dito várias vezes "queres que a gente vá contigo?". No entanto soa tão mal. E talvez por esse motivo haja muita gente a dizer: queres que vaiamos contigo? parece ser uma estupidez, até me sinto burro a fazer-lhe este tipo de pergunta quando já estudei até ao 12ºano, mas como não me falta coragem pra assumir os meus erros, cá fica. Não é para que meta a minha dúvida como comentário. É apenas uma dúvida.
Como o pú-lo/púzio/meti-o.
Obrigado.

S. Leite disse...

Muito obrigada pelas suas palavras. Temos noção de que elas representam o pensamento de muita gente e é por isso que criámos este blogue. Por favor, não se sinta visado se abordarmos os temas que sugeriu em artigos futuros, pois eles são de facto relevantes para muitos leitores. Volte sempre!

Anónimo disse...

Agora já percebi porque é que um berbicacho não é um cacho de berbigões...
Por favor, apaguem o comentário anterior.

S. Leite disse...

Já apaguei :)
Mas agora parece que quer apagar o meu comentário anterior, Deprofundis!