“A impressora está meio lenta” ou “meia lenta”?
Quando significa o mesmo que “um pouco”, ou “parcialmente”, a palavra meio é um advérbio e, como tal, não deve ser flexionada em género nem em número, ou seja, meio é palavra invariável, nesses contextos. Assim o afirmam todos os especialistas que dão conselhos a quem tem dúvidas nestas matérias.
O que não explicam (pelo menos ainda não encontrei nenhuma explicação) é por que razão se pode flexionar um outro advérbio muito parecido, que é todo, quando significa “completamente”. Esse é um dos meus problemas existenciais: o facto de não se poder dizer que “a impressora está meia lenta”, quando já é legítimo dizer, por exemplo, que “a impressora está toda suja de pó”...
8 comentários :
Lá está a professora com as suas dúvidas existenciais.. eu acho que tem a ver com a falta de açucar no galão!!!
E por acaso eu digo "esta minha cabeça está meia lenta hoje", não se pode?
Eu digo :p
Beijinho
Não deve... Mas pode falar de meias-de-leite! E também de uma meia-desfeita de bacalhau, que até vêm (ambas) no dicionário da Academia, com entrada própria e tudo!
As minhas duvidas existencias sao mais basicas...do género, porque é que hoje vai chorer se ontem teve um solzão?
Cada vez mais noto que dou muitos erros, porque eu diria "meia lenta".
P.S. A professora ainda nao explicou como se faz uma adenda :(
Mafalda, desculpe, mas não percebi bem o que queria. Pode ser mais específica? Se me quiser mandar um e-mail, terei todo o gosto em ajudá-la :)
Cada vez que leio uma nota deste blog fico com menos vontade de abrir a boca para falar. Tudo com medo de dizer asneiras, tal são as complicações da nossa língua... Porque é que não nasci na Inglaterra?
Quem tinha razão era a minha irmã mais nova. Em criança, para ela todos os verbos eram tegulares. Assim, dizia "prendeza", "se eu tesse/isse/quesse" e outras coisas assim.
Olá, Deprofundis! Aquilo que diz da sua irmã mais nova deve ser válido para todas as crianças em fase de aquisição da língua materna: são exímias a aplicar as regras que rapidamente interiorizaram... só não conseguem prever as situações em que se aplicam excepções.
Por isso digo aos meus alunos que, em vez de as corrigirem ou de troçarem delas, quando dizem "fazi" ou "escrevido", se devem maravilhar perante a beleza de uma utilização tão perfeita dos paradigmas flexionais!
A língua portuguesa é formada por n regras e 2n excepções. :-)
Jaime
www.blog.jaimegaspar.com
Kkkkk, é desse jeito mesmo,concordo com sua maninha.
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