Nó... Ai!... Como é que se diz?!
Há palavras em relação às quais temos dúvidas, não de ortografia, mas de pronúncia. E isto acontece mesmo quando essas palavras andam “na boca de toda a gente”, como se costuma dizer. Quem não hesitou já entre dizer “Nóbel” e “Nobél”?
Muitas vezes, essa hesitação deriva do facto de ouvirmos dizer a palavra de duas ou mais maneiras diferentes, nos meios de comunicação social... aliás: “média” ou “mídia”?
Em certos casos, como no primeiro, há tanta gente a optar por uma pronúncia como por outra, o que leva a que ambas acabem por ser legítimas, como no caso de Nobel, que tem duas pronúncias possíveis no Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa.
Quanto a média – na acepção de meios de comunicação –, que aparece à inglesa (media), sem acento, nalguns dicionários, a pronúncia em Portugal deve ser com o e aberto, e não com i, como acontece no Brasil (a palavra escreve-se mesmo com i, do lado de lá do Atlântico).
Ainda há o caso da ONU, que alguns jornalistas insistem em pronunciar como se tivesse acento agudo no o (“ónu”), mas que se deve dizer “onú”, pois trata-se de uma palavra aguda, como são todas as terminadas em u(s) que não levem acento noutra vogal.
E mais? Há outras palavras sobre as quais tenham dúvidas quanto à sua pronúncia?
7 comentários :
líderes e habitat.
obrigado pelo que já aprendi aqui.
sucesso!
Boa! Líderes é outro bom exemplo de como as "manias" de certos jornalistas se tornam moda que pega. Deve dizer-se sem enfatisar o primeiro e (que não deve ter o mesmo som do "e" em "de"), mas antes aproximando a nossa pronúncia da inglesa, que é o que se costuma fazer nos estrangeirismos.
Habitat é mais problemático, pois a pronúncia erudita (que segue o latim), manda colocar a tónica no primeiro a ("hábitat"), mas a maior parte dos falantes, mesmo os cultos, diz "habitá", suprimindo o t final e tornando a palavra aguda. O Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa consagra duas pronúncias (e não apresenta a mais tradicionalista): "habitát" e "habitá".
e ja agora,inclusivé
disseram-me que era inclusive
já agora porquê?
parabéns pelo site
Inclusive, sem acento gráfico no e, pois a palavra não é aguda, mas sim grave (acentuada na penúltima sílaba). Por mais aberto que seja o som do e, o i é mesmo a vogal que pronunciamos com maior intensidade. Façam a experiência de "chamar" a palavra, como se ela fosse uma pessoa do outro lado da rua. Certamente dirão "inclusiiiiiiiiive!" e não "inclusivééééééé´!"
Olá e parabéns pelo blogue. Acompanho-o regularmente. Com esta minha intervenção, queria discordar, pela primeira vez, com o seu esclarecimento. Nobel deve escrever-se exactamente como está escrito nesta frase. Já que se trata de um nome próprio que, por isso, não requer tradução. Charles Bronson, por exemplo, não se chama Carlos Bronson em Portugal. Mas isto é a minha opnião, atenção.
Um abraço e, mais uma vez, parabéns por esta autêntica ferramenta online.
Olá, Tiago! Quando escrevi "Nóbel" e "Nobél" com acentos agudos não estava, de modo algum, a defender a adaptação gráfica do nome para português. Estava apenas a referir-me à forma como pronunciamos a palavra, daí o facto de os termos estarem entre aspas. Como não usamos aqui o alfabeto fonético, torna-se difícil - e por vezes induz os leitores em erro :( - dar conta da pronúncia usando apenas letras.
Obrigada pelo incentivo!
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