A polivalência de QUALQUER
Já alguma vez imaginaram que pudesse haver uma palavra na Língua Portuguesa com significados tão contraditórios?
O mais comum é existir um elo semântico entre as várias acepções de uma palavra. Não é, porém, o que acontece com qualquer. Querem ver?
1. Qualquer = todos(as)
Qualquer peixe sabe nadar.
2. Qualquer = nenhum(a)
Esse assunto não tem qualquer importância.
3. Qualquer = algum(a)
Passa-se qualquer coisa estranha naquela casa.
4. Qualquer = não importa qual
Por favor, traz-me uma bebida do bar. Uma qualquer!
5. Qualquer = sem importância
Ele não é um escritor qualquer!
A Maria nunca sairia com um rapaz qualquer!
13 comentários :
Boa tarde!
Realmente nunca tinha reparado em tal coisa :|
Espero que a professora já se encontre de férias ;)e que esteja td bem consigo!
Bjinhossss
Olá Sara!
Das aulas estamos de férias, mas ainda há algum trabalho até aos dias do bronze!
Temos uma grande novidade, mas só a divulgaremos em Setembro! Fiquem na expectativa!
p.s.Que tal fazer uma melhoria a LP2?
Bjs e boas férias!
Cheira-me a graxa...
Lindo!
(Um pleonasmo que às vezes encontro em matemática: «para todo e qualquer x temos...»)
Jaime
www.blog.jaimegaspar.com
Hummm novidades :D agora fiquei curiosa :) A professora sara já teve bebé? beijinhos e boas férias ;)
Aposto que existem outras palavras que tem polivalência como o "qualquer"! agora quero tentar descobrir.
Professora Sandra, como anda a vidinha? ontem fui buscar o meu certificado de notas e a minha mae "mandou" vir comigo devido à nota de TEC...estou claramente a pensar fazer melhoria para o ano mas teria que ser numa turma da manhã. que me sugere?
Sugestão para um DVD (nao se esqueça que eu continuo a ver muitos e muitos filmes): O Clube do Imperador, com Kevin Kline. Muito bom e acho que a professora vai gostar muito!!!
Beijinhos e umas boas férias!!
Esta não é uma professora qualquer :p
beijinho
Olá meninas!
Ainda agora terminaram as aulas e já estou cheia de saudades!
Carla, a curiosidade ...
Mafalda, TEC espera por si!
Joana, vocês também não são umas alunas quaisquer!
Bjs e boas férias!
Por acaso nunca tinha reparado que tal palavra podia ter tantos significados. Fantástica a língua portuguesa:)
Ah, parabéns à professora Sara pelo filhote:D
E boas férias!
Beijos
Não concordo!
A palavra “qualquer” tem o seu significado muito bem definido. O que se passa é que é usada incorrectamente, dando origem a frases com sentido lógico contraditório mas em que se assume que o sentido é o mesmo.
Exemplo:
“Esse assunto não tem qualquer importância” é o mesmo que “esse assunto tem nenhuma importância”, o que é completamente diferente da expressão que dão como exemplo: “esse assunto não tem nenhuma importância”. Ou seja, dizem que “qualquer” assume o significado de “nenhum”, quando na realidade as frases obtidas pela substituição de uma palavra pela outra têm significados opostos.
Não faz sentido dizer que “tem nenhuma importância” seja igual a “não tem nenhuma importância”. São precisamente o contrário. Não ter nenhuma é ter alguma, ou seja, é ter qualquer, e ter qualquer não é o mesmo que não ter qualquer.
Já têm um nó no cérebro? Eheheh!
BF, achei a sua intervenção muito interessante. Contudo, não se pode negar que a dupla negativa existe em português. Considera que a frase "Esse assunto não tem nenhuma importância" significa o mesmo que "Esse assunto tem importância"?!
Penso que é óbvio para todos que "não tem nenhuma" significa o mesmo que "não tem qualquer". Assim como "não ter nada" significa "não ter coisa nenhuma" e não "ter algo".
Penso que no português padrão nem sequer é comum usarem-se frases do tipo "tem nenhuma importância". Tanto quanto sei, essas construções são características das variantes africanas. Lembro, por exemplo, a frase de uma bela canção do álbum Cor, de Maria João e Mário Laginha, sobre um menino negro, que é assim: "a mãe sabe nada". Aí, precisamente, o que se pretende dizer é o que nós por cá "traduziríamos" por "a mãe NÃO sabe nada"!
Há muitos exemplos de expressões que são utilizadas e aceites por todos, mas que não fazem qualquer sentido.
Por exemplo, a expressão “a excepção que prova a regra” tem origem em “exceptio probat regulam”, que na realidade significa “a excepção põe a regra à prova”. Mesmo que não se saiba a origem, que sentido faz dizer que a excepção prova a regra?
Tem razão, BF. Há muitas expressões e palavras que não têm lógica na língua. Se formos por esse caminho... que sentido faz usarmos o termo "piscina" para um tanque de água que nunca tem peixes e ao qual deveríamos chamar antes "aquário"?! Que lógica tem chamarmos "canguru" a um animal, quando sabemos que os aborígenes que a pronunciaram queriam dizer "não vos entendo"? Qual é a coerência de usar o verbo "despoletar" para transmitir a ideia de originar, fazer acontecer, quando tirar a espoleta de uma granada a impede de explodir? Para quê continuarmos a chamar "Ilhas dos Açores" a um arquipélago onde nunca se viu um açor?
Se quisermos "rectificar" todos os termos e expressões cujo sentido se baseia num equívoco, para além de termos um trabalho moroso e difícil, corremos o risco de, posteriormente, ninguém nos compreender!
Enviar um comentário