Pares Difíceis da Língua Portuguesa

Ingredientes: muitos erros, bastantes dúvidas e uma mão-cheia de reflexões. Juntam-se esclarecimentos, correcções e sugestões em quantidade generosa. Tudo polvilhado com bom humor. Porque queremos partilhar a nossa maneira de saborear a língua!
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S. Leite
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Palavras-chave: divulgação
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S. Leite
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Palavras-chave: divagações , gramática
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S. Leite
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Palavras-chave: adjectivos , palavras , parónimos
A Wikipédia informa que uma "crise humanitária" é «uma situação de emergência, em que a vida de um grande número de pessoas se encontra ameaçada e na qual recursos extraordinários de ajuda humanitária são necessários para evitar uma catástrofe ou pelo menos limitar as suas consequências.»
Porém, o Ciberdúvidas alerta para o erro frequente de se utilizar tal expressão, explicando que se trata de um equívoco causado pela tradução literal do adjetivo inglês humanitarian, que não faz sentido transpor para o nosso idioma, uma vez que o significado de humanitário em português é «em prol da humanidade». Uma vez que as situações de crise, ou de catástrofe, não acontecem em favor da humanidade, antes colocando-a em situação de perigo, só a ajuda e o apoio é que se podem considerar humanitários.
Mas as pessoas insistem em falar de "crises humanitárias" e em "catástrofes humanitárias". É um daqueles casos complicados, em que me parece que o uso irá claramente impor-se à norma, isto é, em que a força do hábito linguístico de toda uma comunidade (que inclui os falantes de português espalhados pelo mundo) será decerto mais forte do que quaisquer argumentos semânticos, etimológicos, etc., que se possam invocar em nome da utilização rigorosa de tal palavra.
Não é que eu seja a favor da tradução fácil e simplista que tantas vezes nos leva a dizer autênticos disparates só por preguiça de pensar um pouco (chamando, por exemplo, "condicionador" ao amaciador de cabelo). Mas tenho de reconhecer que dificilmente os falantes comuns serão convencidos a falar de "crises humanas", quando o que está em causa é a sobrevivência de centenas ou milhares de pessoas, e não a tendência natural do ser humano para viver em estado de crise, no sentido filosófico do termo, por exemplo em virtude da consciência da finitude da vida ou da impossibilidade de cada eu ser um outro.
É normal procurarmos diferenciar as palavras, quando pretendemos referir-nos a ideias diferentes. É isso que leva tanta gente a distinguir, por exemplo, "rúbrica" (assinatura) de rubrica (tópico ou secção), embora somente a palavra rubrica esteja consagrada nos dicionários, com ambos os significados. É natural, portanto, que se use cada vez mais "humano", em termos genéricos, quando se pretende qualificar algo "relativo à humanidade" e "humanitário" quando se quer falar de algo que põe em causa a sobrevivência das pessoas.
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Palavras-chave: expressões , palavras , parónimos , tradução
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S. Leite
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Palavras-chave: ortografia , palavras , parónimos
Curiosamente... NADA!
Confesso que fiquei surpreendida, ao verificar isso mesmo, nos dicionários que consultei. Porque já muitas vezes ouvi dizer esta palavra e presumi que o significado fosse "cartaz muito grande". Admito que soava a corruptela, mas são tantas as corruptelas que acabam por consagrar-se pelo uso, que me pareceu o caso provável desta.
Afinal, não existe mesmo. O que de mais próximo se pode utilizar é cartapácio, vocábulo erudito, que designa um livro grande, antigo, um alfarrábio. Ora, não é nada disto que pretende quem gosta de falar de "catrapázios" escarrapachados nas paredes e nos muros, como aquele a que eu queria referir-me hoje. Acabei por dizer «cartaz gigante», que não tem metade da graça... E suspeito que muito boa gente nem teria desconfiado do mau português, caso eu tivesse optado por empregar aquela sugestiva combinação de sons, afinal "proibida".
Talvez possamos começar a usar "catrapázio" com tanta frequência, que a palavra seja finalmente reconhecida na língua portuguesa, o que me dizem?!
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S. Leite
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11:12
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Palavras-chave: neologismos , palavras
Vivendo e aprendendo!
Há dois dias que tenho um malvado terçolho a atormentar-me a vista. Seria uma daquelas ocasiões para me perguntar "mas porque é que isto me foi acontecer?!", se não fosse o facto de eu ter descoberto muito claramente que o malandro veio para me ensinar como se pode escrever e dizer o seu nome!
Durante um dia, andei a dizer a quem me perguntava o que eu tinha que era um "torçolho", até que algumas amigas observaram que não sabiam que se dizia "torçolho", pois sempre haviam dito "treçolho". E ainda manifestaram a sua satisfação por terem sido finalmente esclarecidas! Assim que ouvi isto, soou uma capainha na minha cabeça: "e se....?"
Fui ao dicionário confirmar a minha suspeita: quem estava enganada era eu! Vergonha das vergonhas, assumo. Imaginava que a palavra tivesse duas ou três grafias e pronúncias possíveis, mas nunca pensei que a minha preferida não era legítima!... Verifiquei, pois, que se pode empregar terçol, terçogo, terçolho e até treçolho, mas nada de "torçolho". Aparentemente, não vem de "torcer" o "olho" (quem diria....!), mas de "terço" ou "terceiro" , em latim - embora seja desconhecido o motivo desta estranha origem.
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11:46
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Palavras-chave: ortografia , palavras , pronúncia
Após o nosso envolvimento numa polémica linguística, eis o resultado...
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S. Leite
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13:11
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Palavras-chave: ortografia , palavras
Não me perguntem porquê, digo eu aos alunos, quando ficam perplexos com as regras e as excepções relacionadas com o emprego do hífen nos compostos, sobretudo após o Acordo Ortográfico.
O vocábulo pôr-do-sol suscitou hoje a minha dúvida. No Priberam aparece com hífenes e somos avisados de que no Brasil a grafia é sem. Na Infopédia, informam-nos de que "a nova grafia é pôr do sol" e a forma com hífenes só consta do Dicionário de Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico.
Como fico em dúvida, vou ao Portal da Língua Portuguesa, onde está disponível o texto do AO. Mas ao consultar a Base XV, a redacção do ponto 6 deixa-me desconcertada:
«Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa). Sirvam, pois, de exemplo de emprego sem hífen as seguintes locuções:
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S. Leite
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11:30
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Palavras-chave: Acordo Ortográfico , ortografia
Ora aqui está uma boa pergunta: o dedo em que se costuma usa um anel é o dedo anelar ou o dedo anular?
«É óbvio! Se vem de anel + -ar, claro que é o dedo anelar» - dirá muita gente, com razão.
No entanto...
e agora pasmem: também se pode dizer (e escrever) que é o dedo anular, pois em latim a palavra annulāre- tinha precisamente o sentido de "relativo a anel". Trata-se, pois, de uma palavra homónima do verbo anular, que também deriva do latim (annullāre). Confirmem aqui.
Sempre a aprender!
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S. Leite
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Palavras-chave: homónimos , ortografia , palavras
Ao contrário do que muitos portugueses pensam, e do que sugere a conhecida campanha publicitária do Continente, a palavra inglesa pic-nic tem em português uma grafia adaptada, que é piquenique.
A forma pic-nic já nem sequer se encontra na Infopédia, por exemplo.
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S. Leite
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10:56
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Palavras-chave: estrangeirismos , ortografia , palavras
Muita gente prefere empregar o verbo expressar, preterindo exprimir, talvez por razões mais emotivas do que racionais, porventura pela sua semelhança com espremer (que aliás não é apenas sonora, mas também semântica e etimológica).
No entanto - surpresa! - exprimir tem mais tradição na nossa língua, uma vez que remonta ao substrato latino (em latim exprimĕre, que significava «exprimir; espremer; fazer sair»), ao passo que expressar é uma sufixação do particípio passado expresso (+ sufixo -ar), que por sua vez é forma do verbo... exprimir!
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S. Leite
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14:13
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Eis duas palavrinhas que parecem sinónimas e afinal não são, pois compensador significa "que traz benefícios" e compensatório significa "que serve para compensar". Tudo fica mais claro com exemplos:
Quando um determinado tarifário é (supostamente!) vantajoso para o cliente, é compensador.
Quando uma empresa oferece um serviço gratuito a um cliente como forma de o compensar por lhe ter feito uma cobrança indevida, esse serviço é compensatório.
Agradeço à Marta pela dúvida que me colocou, pois também eu aprendi esta diferença, ao tentar responder-lhe!
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S. Leite
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11:17
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Ontem tive a primeira aula de um curso de formação em que o contacto entre os professores e a turma não será presencial, mas feito através da tecnologia ao nosso dispor. Sim, estou a falar de ensino à distância... ou será que devo dizer, como agora se usa mais, ensino a distância?
Apesar de a expressão com à aberto ser muito mais frequente "no meu tempo" (que já lá vai, infelizmente), nos últimos anos começou a levantar-se a dúvida, passou a haver hesitação e depois a ouvir-se, cada vez mais, a forma "ensino a distância", sem contração entre a preposição a e o determinante feminino singular a.
Quem prefere esta última forma encontra um bom esclarecimento no Ciberdúvidas, da autoria de Carlos Rocha. Nele se explica que "a distância" é a forma preferível quando esta não é explícita(por exemplo, na expressão "ensino a distância", uma vez que não sabemos exatamente qual é essa distância); ao passo que a forma "à distância" deve ser reservada para os contextos em que se especifica a que distância as partes se encontram (por exemplo, na expressão "à distância de um clique").
Porém, o autor do artigo adverte-nos para duas ressalvas a fazer:
a) é admissível e conveniente usar a expressão "à distância", mesmo quando esta não é explicitada, se houver a possibilidade de equívoco na interpretação. Por exemplo, se usarmos a combinação "ensinar a distância", damos a entender, erradamente, que a distância é aquilo que se ensina. Nesse caso, já será preferível dizer e escrever "ensinar à distância".
b) a locução "à distância" está consagrada pelo uso, tal como outras do mesmo género, como "à toa", "à nora", "à frente", "à tarde", "à medida", "à desgarrada", "à capela", etc.
Por isso, Carlos Rocha conclui que, embora se possa sustentar que "ensino a distância" é a expressão mais correta, não se pode dizer que a variante "ensino à distância" esteja errada. Aliás, ele próprio acaba por recomendar esta última, o que não deixa de ser curioso.
Ora, quem prefere usar a forma "à distância" tem ainda, neste esclarecimento de Regina Rocha, também disponibilizado no Ciberdúvidas, três boas razões para argumentar em prol dessa opção. De facto, sendo uma expressão há muito cristalizada pelo uso e tratando-se de uma locução adverbial que supõe um complemento implícito ("ensino à distância" implica que é feito à distância que fica entre o professor e os alunos), não há motivo para preferir a forma "a distância" (que nem sequer tem sustentação nas gramáticas). Repare-se em locuções semelhantes, como "(desenho) à vista", "procedimento) à revelia", "(conta) à ordem", que pressupõem igualmente o complemento "de alguém" e se usam com à e não a.
Posto isto, eu vou continuar a dizer, como diria no meu tempo, que estou a fazer uma formação à distância... e vocês?
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S. Leite
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17:39
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Palavras-chave: construção frásica , expressões
Há um fenómeno que observo com curiosidade. As cartas formais e os ofícios que vêm sendo substituídos por mensagens de correio electrónico (vulgo e-mail) passaram, quase todas, a ter uma fórmula de tratamento nada formal. Em vez da tradicional saudação cordial, do tipo "Exm.º Senhor Dr. Fulano de Tal", ou "Prezada Dr.ª Tal", a maior parte das pessoas (segundo a minha experiência, claro) passou a escrever, muito simplesmente, "Bom dia", ou "Boa tarde", ou "Boa noite", sem mais.
Isto é estranho, porque não há motivo para eliminar a forma de tratamento introdutória apenas porque o suporte é informático, em vez de ser o papel, e mais estranho ainda porque não é garantido que o destinatário lerá a mensagem na mesma parte do dia em que ela foi escrita, pelo que o "Bom dia" pode ser lido à noite e o "Boa tarde" de manhã.
O que é que aconteceu às boas maneiras das cartas formais? Onde está a cerimónia de antigamente, no tratamento de pessoas desconhecidas? Que boa razão há para deixarmos de ter aquele trabalho mental saudável, a pensar sobre qual a forma de tratamento mais adequada para nos dirigirmos a este ou àquele indivíduo com quem não temos confiança nem intimidade?
Penso que, cada vez mais, as pessoas têm dificuldade em fazer uso de registos linguísticos distintos, conforme a situação e o interlocutor. Tendem a saudar toda gente com um familiar "Tudo bem?", esquecendo-se de que por vezes nem o momento nem a pessoa a quem se dirigem justificam tal familiaridade. Até há quem escreva "Boas" no início de um e-mail, mesmo quando este é dirigido a colegas desconhecidos!... Não concordo. Uma coisa é a simpatia, outra a falta de noção do que é apropriado.
E já todos terão notado que os "cumprimentos" finais também são cada vez mais substituídos por "beijinhos" virtuais, ou até por "bjs". Qualquer dia, até as mensagens formais de homem para homem cairão nesse ridículo. Mais vale não escrever nada no fim, senhores! Ou então deixar que a mensagem termine sobriamente com a nossa assinatura predefinida: nome, cargo, empresa, morada, telefone, etc. Sempre é menos mau.
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S. Leite
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11:03
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Palavras-chave: divagações , expressões
Já leram a proposta de Programa de Português do Ensino Secundário que o Ministério da Educação e Ciência deu a conhecer à comunidade esta semana?
A Presidente da Associação de Professores de Português considera que se trata de um "retrocesso", uma vez que a literatura volta a ter um lugar de destaque, e adverte que isto não será profícuo para os alunos.
Gostaria de convidar os leitores a utilizar os comentários como espaço de debate, divulgando as suas opiniões sobre o assunto.
Pessoalmente, nada tenho contra o estudo da literatura no Secundário, mas parece-me que, de facto, com este programa poderá haver um retorno estéril ao tempo em que os alunos decoravam matérias que nada lhes diziam a respeito das obras e autores, para poderem passar nos testes e esquecer tudo logo a seguir. Mais do que redefinir conteúdos, importa rever as metodologias. Mas aí não há programas oficiais que orientem os professores. Cada um é responsável pela forma como dá as aulas, fazendo da sala de Português um lugar onde os estudantes aprendem com interesse ou um espaço árido onde eles apanham "uma grande seca".
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S. Leite
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12:53
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Escrever com clareza, rigor e correção linguística é, nos dias de hoje, uma autêntica prova de esforço. E no meio empresarial, ou institucional, creio poder ser um fator decisivo na seleção de um candidato a um emprego.
Incorreções linguísticas, como “ele interviu” ou “melhor preparado”, e vícios de linguagem, como “há anos atrás” ou “tenho que enviar”, não só mancham a imagem do seu autor como podem excluir de imediato uma candidatura.
Quais são, então, os aspetos linguísticos (e formais) que devemos ter em conta quando redigimos uma carta de apresentação?
A forma de tratamento da pessoa a quem nos dirigimos deve ser, justamente, formal: “Senhor Diretor, Senhor Engenheiro, Senhor Professor”. E não nos podemos esquecer dos pontos de abreviatura, imediatamente antes do o ou do a sobrescritos: “Exm.ª Sr.ª Diretora”. O verbo, esse, deve ser sempre conjugado na 1.ª pessoa do singular, em concordância com o sujeito emissor da respetiva carta: “Venho muito respeitosamente apresentar…”.
E os tempos verbais? Bem sabemos que usamos com frequência o Presente do Indicativo com valor de futuro próximo, mas esse é um uso típico da oralidade. No código escrito, o Futuro do Indicativo é a opção mais adequada: “enviarei o certificado” em vez de “vou enviar o certificado”.
Outro aspeto característico da oralidade é o uso do Imperfeito em vez do Condicional. Em registo cuidado, devemos sempre usar este último: “aceitaria uma entrevista, caso desejasse” em vez de “aceitava”. Falar em Condicional é falar em mesóclise, i.e., a colocação do pronome pessoal no meio da forma verbal: “enviar-lhe-ia o CV” em vez de “enviaria-lhe o CV”, um dos muitos erros que, infelizmente, por aí grassam.
No domínio da ortografia, muita atenção aos acentos a mais: inclusivé, à priori, rúbrica, bem como aos acentos a menos: orgão, periodo. E atenção redobrada para os erros mais subtis – os da sintaxe – que podem não passar despercebidos ao olho mais desperto para as questões linguísticas: “vão haver, discordo com, tratam-se de, melhor classificado”, entre outros. Há ainda outras subtilezas sintáticas a ter em consideração, por exemplo, a incorreta omissão da preposição de com certos nomes abstratos: certeza de que, possibilidade de que, consciência de que. Assim, na parte final da carta de apresentação, esta regra deve ser bem observada: “Na expectativa de que esta carta merecerá a Sua melhor atenção, subscrevo-me com os meus melhores cumprimentos”.
Fazer um bom ou um mau uso da língua transmite, inequivocamente, uma imagem de nós, que pode ser positiva ou menos positiva…
Por conseguinte, preocupe-se não só em construir um bom CV, mas também em se apresentar com rigor e sem nódoas linguísticas!
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S. Duarte
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13:24
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S. Duarte
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Salada de fruta.
O nome fruta deve estar no singular, porque é um nome coletivo; designa um conjunto de frutos. Apesar da sua forma singular, os nomes coletivos designam um conjunto de seres ou objetos da mesma espécie: rebanho, cardume, pinhal, pomar, papelada, turma, equipa, júri, constelação, bando, etc.
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S. Duarte
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Palavras-chave: flexão
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S. Leite
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Palavras-chave: expressões