E aberto sem acento
Tal como nem tudo o que luz (ou reluz) é ouro, nem todo o e aberto precisa de acento. Por duas razões:
Por um lado, o acento agudo (que "sobe" para a direita) serve SEMPRE, isto é, EXCLUSIVAMENTE, para marcar a vogal tónica de uma palavra: a mais forte, a que se ouve melhor, a que prolongamos quando gritamos essa palavra.
Se quando gritamos a palavra pedicure não prolongamos o e, então isso significa que não podemos colocar sobre ele um acento gráfico, pois a vogal tónica é u (pedicuuuuuuuuuure!).
Por outro lado, uma vogal aberta, como [ɛ], [ɔ], ou [a], não leva necessariamente acento agudo, mesmo quando é o núcleo da sílaba tónica. Precisa dele quando a palavra em questão poderia ser pronunciada de outra forma, sem o acento, como se pode verificar com médico, que sem acento gráfico passa à forma verbal (eu) medico; cópia, que se transforma em (ele) copia; e o célebre cágado, que já estão a ver no que dá...
Mas se não há margem para erro ou dúvida, por exemplo, quando não há mais nenhuma vogal na palavra (e a vogal existente não é a última letra), como acontece em gel, mel, mal e dar, então o acento agudo é dispensável. Seria absurdo escrever már, sál, quér e sól, tal como é absurdo escrever gél.
Obrigada, Matilde, pela foto!
2 comentários :
blog legal!
Parabéns!
Obrigada, leitor anónimo... ou anônimo ;)
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