17 fevereiro 2009

Nomes feios



Se o signo é arbitrário, como nos ensinou Saussure, não há razão para nos queixarmos dos nomes que as coisas têm.
E ninguém parece incomodar-se com o facto de não haver uma lógica, um resquício de analogia, entre os objectos e os seus significantes. Quem se importa que uma cadeira não se chame "assentadeira", que em vez de bola não se diga "pumba", que um livro não seja antes um "folhas-juntas"? Até porque sabemos que mesmo as onomatopeias, signos verbais supostamente motivados pelos sons que representam, podem ser completamente diferentes de idioma para idioma.
Então, porque é que há palavras bonitas e palavras feias?
Será porque as bonitas são parecidas com outras, de que gostamos pelas realidades (ou lembranças!) que evocam, ou simplesmente porque resultam de uma feliz - por vezes musical - combinação de fonemas? Talvez...
E, se reconhecemos que gostamos de certas palavras, porque nos soam bem, ou por razões mais sentimentais, alheias à razão, parece natural aceitar que existam palavras feias, desagradáveis, cacofónicas ou evocadoras de realidades grosseiras, desprezíveis.
Nesse sentido, pergunto: qual o motivo que terá levado alguém a escolher tais nomes para certas coisas?!

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