Saudoso vocabulário dos anos oitenta
Os anos oitenta foram únicos e deixaram muita saudade em todos nós, trintões.
Não só pelas tardes passadas na rua a conversar com os amigos ao vivo e a cores (agora "chata-se" na net ou "essiemiessa-se", neologismos que acabo de inventar e que espero que se percebam...), não só pelas horas a construir cenários de florestas, circos e savanas com kalkitos, não só pela música, cuja qualidade fica comprovada pelo insistente revivalismo que hoje causa, não só pelas cartas e pelos postais em papel verdadeiro que se enviavam e recebiam, não apenas pelas colecções de latas de Coca-cola vindas de vários países que decoravam as prateleiras dos nossos quartos, mas também pelas palavras que se diziam e que quase se extinguiram, na voragem do tempo, desprezadas pelos anos 90 e praticamente apagadas das nossas memórias em pleno século XXI.
Estou a falar das coisas escanifobéticas (ou escaganifobéticas), dos melões que se apanhavam, ou dos galos, o que era o mesmo, da paia que se tinha às vezes, de quando percebíamos que uma história que alguém contava era groupe e de outros termos do nosso inocente calão juvenil, que agora quase me fazem vir lágrimas aos olhos.
Não são saudades do calão por si só, naturalmente. São saudades do tempo em que essas palavras andavam na minha boca, misturadas com o sabor de uma alegre e despreocupada juventude.
1 comentário :
Que bom é relembrar essa linguagem tão "nossa".
Obrigada pelo post! ;-)
P.S- "ganda noia", lembrei-me agora deste!
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