TER MATADO, TER ACEITADO
Todos os dias, na comunicação social, ouço os jornalistas dizerem "ter morto" ou "ter aceite".
Alguém explica a estes senhores que com o auxiliar TER se usam as formas participiais regulares (terminadas em -ado e -ido) dos verbos que têm duplo particípio passado?
Quando é que eles passarão a dizer TER MATADO e TER ACEITADO? Quando a hipercorrecção tiver vingado e o que está hoje errado se tornar correcto?!
9 comentários :
Antes de mais, parabéns pelo blogue.
Em segundo lugar, confesso ter ficado perplexo com este "post". É que nos já longínquos, mas rigorosos, tempos em que me iniciaram nas coisas da língua portuguesa, ensinaram-me que o correcto seria dizer TER MORTO e TER ACEITE. Recordo-o com muita clareza, até porque os infelizes que cometiam a imprudência de dizer TER ACEITADO/MATADO eram objecto de severa reprimenda da parte do Prof. Sá, bem como alvo de ruidosa e cruel chacota por parte dos demais colegas.
Longe de mim questionar a erudição de S.Leite, a quem aproveito para saudar. No entanto fica-me a dúvida se as regras terão mudado entretanto, ou se já nos anos 60 o saudoso Prof. Sá precisaria actualizar, ou mesmo aperfeiçoar, os seus conhecimentos.
Pergunto-me ainda se algum dos actuais jornalistas foi meu colega na primária, algo admissível também porque em todos os rebanhos há sempre ovelhas tresmalhadas.
Jo@o F.
Permitam-me completar o assunto e dizer que aquilo que me foi transmitido, mais pela curiosidade do que pela escola, é que os particípios dependem do verbo auxiliar que se usar.
No ciberduvidas, as respostas sobre este assunto ajudam a esclarecer os porquês.
Uma dessas respostas transmite o seguinte: "segundo a tendência geral, a forma mais longa é usada com aos auxiliares ter e haver, e a forma contraída (ou irregular), com os verbos ser e estar.
Entretanto, algumas formas contraídas como ganho e gasto tendem a dominar a forma regular e, assim, surgem também com os verbos ter e haver. É mais uma vez a tendência para a síntese que torna as formas contra(c)tas mais simpáticas."
Porém, não é fácil, dado alguma confusão instalada na linguagem oral, lembrar sempre destes aspectos.
Continuação de bons debates.
Eles até teriam aceite a correcção se lhes tivesses dito, não te teriam morto. :-P
Caro João F., não tive o prazer de conhecer o Prof. Sá... apenas posso dizer-lhe que regra de usar o particípio regular (dos verbos com duplo particípio) com o auxiliar TER (nos tempos compostos) se encontra descrita em qualquer prontuário ortográfico.
O correcto é mesmo dizer "ser/ter aceite" ou "ser/ter morto" apesar de haver muito boa gente que adora dar calinadas na gramática!
Em que ficamos então?
Primeiro, ensinar é uma arte, e não acredito que entrando pelo caminho da ofensa se consiga que alguém faça caso do que tentamos transmiir, logo nada de parabéns pelo Blog. Existem sítios na Internet que explicam isto de uma forma simpática e tenho a certeza que qualquer leitor ficará mais esclarecido nesses locais do que aqui.
Ter aceitado, ter matado, esta é a forma que aparece nos livros dos meus filhos...
Uma boa tarde,
Mónica
mesmo que não aprove o meu comentário, que é o mais provável :) Tenho a certeza de que o leu, o que para mim é mais que suficiente para fazer passar a minha mensagem.
Saudações,
Mónica
Tem toda a razão, Mónica, este pequeno desabafo não foi nada simpático! Eu mesma fiquei surpreendida quando aqui vim, ao verificar que tinha chegado o seu comentário. Devia estar bastante mal disposta naquele dia... noutros artigos deste blogue, há explicações mais pormenorizadas e menos antipáticas sobre o mesmo assunto. Saudações e obrigada pelo seu justo reparo!
Em bom e correto português - o particípio passado regular é utilizado na voz ativa e o irregular na passiva
Ex eles tinham pagado a conta / a conta estava paga...
Enviar um comentário