20 agosto 2007

Porque e por que



Antes de tentar lançar alguma luz sobre a diferença entre porque (junto) e por que (separado), é preciso dizer que NÃO existe consenso entre os especialistas em língua portuguesa e que Portugueses e Brasileiros aplicam critérios diferentes na utilização da palavra/locução.
No entanto, e apesar da polémica - que está longe de chegar a um termo (vejam por exemplo os comentários ao esclarecimento prestado na rubrica de Dúvidas Linguísticas do Público a partir daqui) - gostaríamos de avançar com a nossa humilde opinião.

A palavra porque – deve ser usada sempre que é pronome interrogativo (por exemplo em “Porque é que o João não foi?”) ou conjunção explicativa (por exemplo em “Não foi, porque estava de férias.”). No primeiro caso significa o mesmo que “por que motivo” e nunca é seguida de um nome (reparem que nunca perguntaríamos, pelo menos em português de Portugal, "Porque o João não foi?"). No segundo caso significa “uma vez que” e serve para ligar orações.

A locução por que – deve ser empregada quando podemos substituir a palavra que por qual. Por exemplo em “Por que (=qual) caminho foste?”. Pode usar-se tanto em frases interrogativas como em declarativas. Por exemplo em “Foi essa a razão por que (= pela qual) não falei”. Em ambos os casos, como é fácil verificar, a separação entre por e que justifica-se por se tratar de duas palavras com classes e funções gramaticais diferentes, sendo a primeira uma preposição e segunda um determinante ou um pronome, conforme o caso.

6 comentários :

Anónimo disse...

Professora, dúvida:

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ou

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S. Leite disse...

Anuncie, claro :) porque a vogal tónica é o i. Só o substantivo anúncio leva acento agudo no u.

Anónimo disse...

Então vou-lhe mandar uma foto :P

S. Leite disse...

Boa :)

Anónimo disse...

na expreção atraz escrita dizia "deveria ser empregue..." sera que tambem não se podia utilizar a em vez da palavra empregue empregada?

S. Leite disse...

Caro anónimo: julgo ter escrtito "ser empregada" e não "ser empregue". "Empregue" é uma forma participial que, embora seja usada por muitos falantes, não aparece nos dicionários que consulto.