Mais pequeno?!
Se há uma regra gramatical que nós, Portugueses, aprendemos desde cedo, é a da flexão irregular de certos adjectivos em grau. Todos sabemos que bom e mau, grande e pequeno, no grau comparativo e também no superlativo relativo, se transformam em melhor, pior, maior e... menor. E aprendemos tão bem a lição que, em adultos, não hesitamos em corrigir as crianças que caem na “asneira” de dizer “mais bom” ou “mais grande”.
Curioso é, porém, que haja entre os casos desta regra uma excepção que é paradoxalmente escandalosa e discreta, para quem fala a versão da língua usada deste lado do Oceano Atlântico. Eu explico; ou melhor, alguém me explica: por que motivo andamos todos a dizer e a escrever, alegremente, mais pequeno, quando nunca ousaríamos usar a expressão “mais grande” e talvez nem mesmo “menos pequeno”?! Como e quando é que o adjectivo pequeno, no grau comparativo de superioridade, passou a escapar à regra?
Uma pergunta que gostaria de fazer, se pudesse, a todos aqueles portugueses que já se permitiram pensar, num assomo de veleidade e arrogância, que no Brasil se fala “mal” a língua portuguesa. É que lá, meus caros, também é errado dizer “mais pequeno” em vez de menor!
53 comentários :
Eu explico.
- Dizemos "mais pequeno" porque este é um erro que, como o próprio dizer indica, é mais pequeno.
- Não dizemos "mais grande" porque este erro é maior.
:-)
Mais a sério, nunca tinha reparado que "mais pequeno" é uma excepção. Um matemático diria que há aqui uma "quebra de simetria" entre a regra para "pequeno" e a regra para "grande".
Jaime
www.blog.jaimegaspar.com
Querida professora, já voltou de férias :D
Acho que há coisas que se dizem, na língua portuguesa porque "dão mais jeito", não que os brasileiros sejam uma excepção mas pronto, eles falam lá à maneira deles.
Ah e esta regra já tinha aprendido n é verdade :p
Beijinho :)
Não voltei propriamente de férias, mas ando por cá...! Obrigada.
Só um esclarecimento: aqui no Brasil, segundo algumas gramáticas de autores brasileiros, não é errado usar "mais pequeno". Porém, a forma sintética "menor" é a única forma bem vista pela população, por isso todos achamos que "mais pequeno" está errado.
Agora, cá entre nós, vocês poderiam ter inventado uma língua mais fácil!!! Eu conheço mais a gramática da língua inglesa que o prórpio Português...
Realmente a língua Portuguesa nao prima pela lógica... Daí o English ser tao fácil para nós :)
mais grande = maior
mais pequeno = menor
menos grande e menos pequeno = menos grande e menos pequeno
eu particularmente, acho grotesco de mais dizer mais pequeno. nunca diria isso. aprendi na escola que se diz menor. bjos.
podemos fazer isso quando comparamos um objeto a ele mesmo
exemplo: esta sala é mais grande (do que?? ) que confortável
sim, esta sala é mais grande do que confortável :)
Sim, justifico claramente
Aprendi na escola que o certo e menor e maior, na verdade até me dói os ouvidos quando ouço mais pequeno ou mais grande. Sou casada com um português tenho tentado mostrar p meu marido o que a gramática diz sobre o assunto. Só existe um caso que se aceita usar mais grande como por exemplo quando se compara um objeto a ele mesmo, como explicado acima.
Lit
Prefiro falar o "brasilerês". Prático, sem tradições linguísticas, dinâmico, adaptativo, absorvente, não aportuguesa palavras estrangeiras (escrevendo e pronunciando quase como o original, e o mais importante: INVENTIVO.
.
Próprio de um povo criativo que absorve palavras do mundo inteiro criando uma nova para o futuro.Nossos dicionários se ampliam dia a dia (prefiro dia-a-dia).
DETALHE FINAL: sou neto de portugueses do Porto e Madeira.
lendo Equador, do Miguel sousa Tavares, me deparei com "mais pequeno"...
é comum esse uso em Portugal?
Sim, muito mesmo! O incomum é dizer "menor" como comparativo de pequeno. Mais frequentemente ouço "menor" usado como substantivo, significando "pessoa que ainda não atingiu a maioridade".
"Mais pequeno" está correto.
Pessoas que não conhecem a gramática portuguesa! mais pequeno é um crime á Língua portuguesa!
Tal como seu acento agudo no lugar da crase.
Parabéns anônimo, queime os idiotas
Tenha bom senso, Anônimo! O Luiz Cardoso cometeu um erro de digitação e não de língua portuguesa ao usar o acento agudo no lugar da crase. Todavia, particularmente, não concordo com o comentário dele, pois penso que o povo é quem domina a língua e não a língua domina o povo; portanto, se a maioria dos portugueses fala "mais pequeno", então esta forma está correta!
Tenha bom senso, Anônimo! O Luiz Cardoso cometeu um erro de digitação e não de língua portuguesa ao usar o acento agudo no lugar da crase. Todavia, particularmente, não concordo com o comentário dele, pois penso que o povo é quem domina a língua e não a língua domina o povo; portanto, se a maioria dos portugueses fala "mais pequeno", então esta forma está correta!
Tenha bom senso, Anônimo! O Luiz Cardoso cometeu um erro de digitação e não de língua portuguesa ao usar o acento agudo no lugar da crase. Todavia, particularmente, não concordo com o comentário dele, pois penso que o povo é quem domina a língua e não a língua domina o povo; portanto, se a maioria dos portugueses fala "mais pequeno", então esta forma está correta!
Caro Gustt,
o problema da tese “a maioria faz a língua” reside na admissão do seu oposto, defendida por sociólogos de esquerda que abundam no meu país, o Brasil, com base nos “direitos da minoria”. Explico: o baixo nível de escolaridade da classe mais pobre, a quem não foi dada a oportunidade da educação, gera o uso de expressões do tipo “os home comeu os peixe”. A tentativa de “politização” da língua levou à quase oficialização dessa maneira de falar, através de uma cartilha patrocinada por nosso Ministério da Educação. Felizmente o amplo nível de rejeição da sociedade fez com que fosse recolhida.
Eu pessoalmente, acho o brasileirês horrível, e também o carioquês, que é pior ainda. Gosto do português correto, se soar mal não falo. Reconheço que preciso aprender muito sobre a língua portuguesa, mas ficar falando de qualquer jeito não, é horrível. Meus pobres ouvidos não aguentam, enfim, vamos nos esforçar pra falar melhor, ouvir melhor e interpretar direito.è isso que penso.
Anónimo, faço aqui uma análise "mais grande": o Brasil é mesmo um continente, não podes dizer que existe apenas um "brasileirês". Ouça as pessoas do Norte e Nordeste do Brasil, que são as mais comuns aqui em Portugal, depois ouça as pessoas do Centro-Oeste como São Paulo e as do Sul então... vais levar um susto! Os erros são outros, os acentos são outros, os substantivos são outros, assim como até a aparência do povo é outra... é impossível comparar um suposto "brasileirês" como uma única variação "além-atlântica" da lingua mãe... mesmo o que às vezes ouves à televisão é apenas o acento da região central... Quanto à lingua mãe: pudemuch lutar pur uma nova rforma i tntar ichcrever assim cumu uch purtuguêzich falam... :-)
Anónimo, São Paulo fica na região Sudeste.
Eu moro aqui no Brasil. Então o correto é falar "menor" ou "maior".
E ponto.
Se vocês olharem no dicionário Aurélio, verão que a forma "mais pequena" não é correta, é corretíssima!
"eu, particularmente" / "eu, pessoalmente" / "DÓI os ouvidos" / "brasilerês" /
Eu moro no Brasil, na cidade de São Paulo e nasci no interior do Paraná e aprendi em um livro da 7ª série que "mais pequeno" é correto.
Sou da área jurídica e sei que ainda estou aquém dos padrões cultos da norma.
Algumas coisas me incomodam por aqui: virou um modismo usar a palavra "sempre" em tudo que se escreve em redes sociais; expressões como "a menor / a maior" também. Há um tempo, era muito comum "a nível de".
Também falam "há anos atrás".
E acho que só eu (risos) escrevo a palavra "super" junto.
E mais: "fazem cinco meses"
Em Portugal, mais pequeno é, de facto, muito mais frequente que menor, embora ambas as formas sejam o comparativo de pequeno. Quanto ao Brasil, o Novo Dicionário Aurélio esclarece que mais pequeno em vez de menor é «corretíssimo» e de largo uso.
O engraçado é que na Espanha "mais grande" ou "mais pequeno" é normal de se falar.
Resumindo, nossa língua portuguesa é tão cheia de frescuras e regrinhas ridículas que um Zé Mané qualquer inventou para nós decorarmos. E antes que eu seja taxado de burro ou ignorante, sou fluente em inglês e cá entre nós, a língua norte americana não tem muita frescura que nem o português (na verdade são pouquíssimas...rsrs).
O pior é aquela análise morfológica que tive que aprender na escola pra passar de ano, nunca vi coisa mais inútil pra se "aprender", em vez de investir mais o tempo dos alunos com aulas de finanças e investimentos que com certeza será útil no futuro onde o cidadão sem conhecimento vai investir seu suado dinheiro na velha e desastrosa poupança...rsrsrsrs...
Estou publicando como anônimo, porque com certeza terá professores de português revoltados, mas eu só quis dizer que o português é uma matéria para ESTUDAR A FUNDO se pretende ser professor de português, apenas isso (pois não vejo outra utilidade).
Minhas sinceras desculpas, mas precisava me desabafar, aliás, se tiver críticas inteligentes, serão bem vindas ;)
Vivo em Portugal há 2 anos, procuro fazer com que minhas filhas não aprendam estas barbaridades como " mais pequeno" e coisas do gênero, dizem que ambos falamos português, mas é fato que o português brasileiro e bem mais bonito de se ouvir.
Vivo em Portugal há 2 anos, procuro fazer com que minhas filhas não aprendam estas barbaridades como " mais pequeno" e coisas do gênero, dizem que ambos falamos português, mas é fato que o português brasileiro e bem mais bonito de se ouvir.
Entendo a estranheza do povo brasileiro com relação à expressão '' mais pequeno''. Tudo o que não nos soa bem aos ouvidos sempre nos causa uma certa estranheza. Contudo, lamento profundamente informá-los mas esta expressão está correcta, assim como ''mais grande'' em determinadas situações também se aplica, mesmo causando estranheza até aos portugueses. O que não consigo entender é alguém intitular de barbaridades determinadas expressões, comuns em Portugal e incomuns no Brasil quando essas mesmas pessoas aceitam com naturalidade , ''barbaridades'' introduzidas recentemente no dicionário e oriundas da simplificação verbal . ''Mais pequeno'', pode não soar bem mas, ''aidético, deletar, blecaute, etc etc , soa-nos bem pior.
Isso é o que a sra. Acha
Um comentário fora do tópico: Acho espetacular a diferença de sotaques e pronúncias de todas as palavras. É justamente isso que faz o português ser uma língua tão bela, apesar da complexidade.
Se formos extremistas ao ponto de dizer que somente uma fala é a correta, é claro que esta seria o berço da língua, assim como o "correto" seria o italiano de Florença ou o espanhol de Madri.
Mas para mim, a beleza da língua está justamente nas variações e formas de se falar. É tão interessante analisar a forma como cada estado brasileiro tem sua maneira de falar e dentro de alguns ainda há variações. Paulistas do interior falam diferentemente de paulistanos. Minas Gerais é praticamente um país pela sua extensão territorial e há diferenças nítidas entre as regiões que fazem divisa com Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo ou Bahia e Espírito Santo. Viva essa diversidade, que permitiu e permite a cada dia que a língua portuguesa continue evoluindo.
Gostaria de saber onde esse povo aprendeu esse inglês tão livre de "frescuras" e simples. Porque reclamam dos comparativos sintéticos no português que são apenas 4. Enquanto no inglês, a grande maioria dos adjetivos têm forma sintética no comparativo.
"Contudo, lamento profundamente informá-los mas esta expressão está correcta"
Não passa confiança nenhuma logo após a pessoa usar correCta ...
Esta sala é maior em tamanho do que em conforto
Nesse caso, Edson, e apesar de não parecer, a comparação é feita com base na mesma qualidade (adjetivo), que é "grande" (correspondente à qualidade da grandeza, ou do tamanho). Essa grandeza é aplicada aos nomes tamanho e conforto, mas só se considera um adjetivo: "grande". Portanto, o comparativo de superioridade continua a ser a palavra maior. Não faria sentido dizer que a sala é "mais grande" em tamanho do que em conforto.
Não há nós brasileiros "arrogância" em falarmos "mal" a língua portuguesa. É apenas uma maneira diferente da língua ser usada.
No Brasil dizemos os menores, os pequenos, sem mais e sem menos. Só menor, pequeno.😃
Certo, mas a questão aqui é precisamente o comparativo. Quando nos referimos à grandeza ou à pequenez que existe em graus diferentes, em dois seres ou objetos.
Casava com um brasileiro e tinha esse problema resolvido. Ficava era com problemas maiores para resolver.
Volta para o teu país então. E vai chamar bárbaros ao caralho.
Volta para o teu país e vai chamar bárbaros à tua família.
Casava com um brasileiro
O problema não é a língua portuguesa, é a educação do vosso país.
Luis Antônio Sacconi diz, em seu livro Nossa Gramática Teoria e Prática, que a questão do comparativo é abonável quando de trata "mais grande", contudo quanto a "mais pequeno", é forma boa em qualquer situação.
Que educação vc conhece, sim porque a fineza que vcs n tem passou longe daí.
Concordo plenamente!
Educação de que país? E ja agora que educação? Está a falar da escola no Brasil ou Portugal? Ou da educação dos pais?
Quanto às escolas, realmente no Brasil até ao ensino médio (secundária em pt) ha mts falhas, cm em pt. Mas no Brasil os professores têm que lidar com mt mais coisas que na maioria de pt. Têm que lidar com a grande taxa de analfabetismo que ainda existe. o Brasil tem a dimensão de um continente. Ha pessoas que moram no estado do rio de janeiro, por ex mas nunca foram a cidade do rio de janeiro.
Os professores têm que lidar Com a precariedade dos espaços, com o fato de terem que lidar com facções e as guerras(graças a deus não é em todo o Brasil, mas nas grandes cidades há esse fator). Têm que lidar com crianças que não têm nada para comer, etc.no entanto as universidades no Brasil, são muito boas.
Em Portugal ha mt coisa errada tb. Professores mal pagos e que todos os anos têm que se sujeitar a ficar longe da família. Escolas com falta de pessoal docente e não docente, bullying, alguma falta de material.
Agora em relação a educação dos pais, acho que não cabe a ngm dizer se um povo é ou não educado.
Pior do que isso só a mania dos portugueses de trocar o futuro do pretérito pelo pretérito imperfeito em qualquer situação. Brasileiros até fazem isso, mas numa escala bem menor. Pelo contexto, nem sempre dá para identificar se a pessoa está falando numa situação condicional ou outra situação repetida várias vezes no passado.
"Santos da casa não fazem milagre" e se no Brasil os nativos não identificam alguns dos seus erros em Portugal muito menos. O pior de tudo é quando os erros vem de pessoas com habilitações literárias elevadas, cargos públicos, jornalista ou apresentadores de TV. o tal "mais pequeno" é apenas um erro de uma vasta lista de erros e de expressões igualmente erradas, tais como: "Quaise" (Quase), "Treuze" (Treze), "contos na moeda antiga" (Escudos), "mota" já nem se fala pois foram obrigados a incluir no dicionário (Moto) de motociclismo, MotoGP, motorizada, motociclo, etc...), "beijinho grande" (sem comentários), "pérca" de poder (perda), G "guê" (Gê), "Biquiní" (Biquíni) e por aí vai ....
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