11 setembro 2012

Beijos, beijinhos e bjs


   É engraçado reparar na forma como os beijos se infiltraram na nossa linguagem quotidiana, a tal ponto que o substantivo parece ter dado origem a uma interjeição, se não nas gramáticas e dicionários, pelo menos na nossa cabeça. Quais são os portuguses que, hoje em dia, conseguem evitar despedir-se de alguém íntimo (de preferência) sem exclamar «Beijinhos!», que é como quem diz «Adeus!» de modo mais afectuoso e menos dramático? Poucos, certamente, sobretudo se considerarmos as gerações mais novas.
  Na oralidade, portanto, os beijinhos estão a ganhar terreno em relação aos tradicionais "adeuses" e aos cada vez menos (?) populares "tchaus", "txaus" ou "ciaos". Nos beijinhos que se escrevem, proliferam as variantes mais ou menos personalizadas: "beijinhos", "beijos", "jinhos", "jocas", "jokas" e, inevitavelmente, usam-se as reduções para SMS, "bjs" e "bjks", para não falar das onomatopeias, como "chuaks", e dos sinais mais ou menos crípticos que representam os ósculos, como "xxx". Depois existem as contradições como os "beijinhos grandes", que os puristas aproveitam sempre para corrigir.
   Em qualquer caso,  no meu entender, temos uma nova interjeição na língua portuguesa. Trata-se de uma palavra usada como expressão de um sentimento ou reacção, que condensa em si toda uma ideia e por isso é usada como holofrase, isto é, essa única palavra vale como todo um enunciado. É como quem diz: «então até logo, ou até outro dia, vou-me embora!». E a pessoa vira as costas, desliga o telefone ou envia a mensagem, depois de ter dito a palavra mágica da despedida, que de certo modo acaba esvaziada do seu sentido. Porque tendemos a dizer «beijinhos!» quando não temos a intenção de os dar.




07 setembro 2012

Língua à Portuguesa no FB



Criámos recentemente uma extensão deste blogue no Facebook, rendendo-nos à evidência de que assim chegaremos a mais gente e poderá haver uma maior interacção com os leitores/seguidores.
O desafio, obviamente, será conseguirmos colocar conteúdos relevantes nas duas frentes. Parece-me que o blogue deverá destinar-se aos textos mais longos, de carácter expositivo (para informações, reflexões e argumentações), e que na página no "FB" deverão entrar os conteúdos mais lúdicos e didáticos, como os desafios.
Corro o risco de tornar o blogue mais "cinzento" e maçudo, transferindo para o FB a faceta mais leve e brincalhona dos nossos textos. Não sei se os leitores daqui me farão o favor de ir até lá... alguns, provavelmente, até agradecem a oportunidade de nos seguir no grande portal social. Outros nem por isso. Mas não quero deixar de escrever neste blogue sob o pretexto de que o outro lado é mais interactivo. Tentarei, como já disse, separar os conteúdos e ir escrevendo nos dois sítios. Para já, e para melhor compatibilizar os dois recursos, vou usar o FB para deixar perguntas em jeito de desafio cujas respostas já foram publicadas no blogue nos anos que correram desde a sua criação, em 2007.

Um abraço virutal a todos e bom regresso ao trabalho, se for o vosso caso!