Como fica "capitão" no feminino?
Ingredientes: muitos erros, bastantes dúvidas e uma mão-cheia de reflexões. Juntam-se esclarecimentos, correcções e sugestões em quantidade generosa. Tudo polvilhado com bom humor. Porque queremos partilhar a nossa maneira de saborear a língua!
Por S. Leite às 10:10 1 comentários
Palavras-chave: masculino ou feminino? , palavras
Muita gente dirá, sem reflectir, que "mais bom" e
"mais mau" são formas incorrectas de usar o grau comparativo desses adjectivos. No entanto, não são. Tudo depende do contexto...
O comparativo regular "mais bom", ou "mais mau", pode e deve usar-se quando comparamos adjectivos diferentes (um das quais é bom ou mau) no mesmo ser ou coisa.
Por exemplo: “ele é mais bom do que inteligente”.
Nesta frase, teria outro sentido dizer “ele é melhor do que inteligente”. Porque o que pretendemos dizer é que ele possui a qualidade da bondade em quantidade superior relativamente à qualidade da inteligência e não que ele possui uma qualquer qualidade (indeterminada) que é superior à inteligência.
Outro exemplo: posso referir-me a um cão que é “mais mau do que estúpido”
Ou seja, o cão revela, para mim, maldade em grau superior, relativamente à sua estupidez.
Mais uma vez, usar o comparativo irregular - “o cão é pior do que estúpido” - implicaria uma ideia diferente.
Por S. Leite às 14:12 10 comentários
Palavras-chave: adjectivos , advérbios , construção frásica , flexão
A
regência preferível do adjetivo participial derivado é “de”. Portanto, devemos
dizer que algo é derivado de outra coisa, ou seja, que tem nela a sua origem –
por exemplo, que o iogurte é derivado do leite.
Quando falamos de causas,
devemos usar a expressão consagrada devido a, que é mais adequada,
porque significa precisamente “por causa de”. O verbo dever, quando conjugado
pronominalmente (dever-se), tem precisamente esse sentido, que é “ter como causa, ser
resultado de”.
Derivar é um pouco diferente, porque pressupõe um produto que
resulta de um processo de transformação de determinada “matéria-prima”,
digamos.
Assim, quando explicamos o que provocou, por exemplo, um acidente, não
devemos dizer que este foi derivado a um despiste, mas que foi devido a um
despiste.
Por S. Leite às 12:09 4 comentários
Palavras-chave: construção frásica , expressões