Estrangeirismos, para que vos queremos?
- O que é "pazal", filha?
- Puzzle, mãe! - Emendou ela, como se a mãe estivesse a ver mal.
- Aaaah! - Fez a mãe, entre desgostosa e maravilhada. Sentia raiva dos estrangeirismos, que atrapalhavam os primeiros esforços ortográficos da criança... já bem bastava a não correspondência entre tantas letras e tantos sons!
- Sabes, filha, - explicou - é que puzzle é uma palavra inglesa, não se escreve como... como se escreveria em português. Olha, como tu a escreveste!
A menina olhou a mãe com incredulidade e respondeu com determinação:
- Então, mas nós falamos português e estamos em Portugal, por isso devia escrever-se assim!
6 comentários :
No Brasil não se usa usa puzzle. Sempre dizemos quebra-cabeça.
Bastante interessante a história. Realmente no Brasil dizemos quebra-cabeça, mas aqui usamos outros estrangeirismos que vocês não usam. Sou pesquisadora e faço trabalho de doutorado envolvendo a pronúncia de estrangeirismos em português do Brasil. No momento estou mantendo um blog sobre linguagem.
http://observatoriolinguistico.blogspot.com
Ainda alguém escreve «bonet» (boné)ou - a minha preferida - «punaise» (pionés)?
Aceitemos, portanto, pâzal, mas com acento circunflexo (à maneira de uísque)
Na inocência das crianças percebe-se que o rei vai nu!!!!
Verdade! Aqui no Brasil é sempre QUEBRA-CABEÇA.
A mãe não soube dizer que em português é quebra-cabeça?
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