"Volte sempre que..." - com vírgula ou sem?
Como sabemos, a vírgula pode fazer uma grande diferença em certas frases, alterando completamente o seu significado.
No caso desta mensagem do Lidl, a vírgula (que deveria ser usada imediatamente antes da palavra que) faz falta na frase, pois marca a fronteira entre a oração principal («Volte sempre») e a oração subordinada explicativa, iniciada pela conjunção que.«Volte sempre, que já estamos com saudades.»
Por outras palavras, sugerimos ao/à cliente que "volte sempre", pois sentimos a sua falta, assim que este/esta se vai embora.
Note-se que, neste tipo de frase, a palavra que pode ser substituída pela conjunção porque, na medida em que introduz o motivo ou explicação da oração anterior:
«Volte sempre, (por)que já estamos com saudades.»
Portanto, esta é uma boa maneira de saber se a conjunção que requer vírgula ou não: se for substituível por porque, ficamos a saber que sim.
Para que fosse correta a ausência de vírgula entre as palavras sempre e que, teríamos de ter uma frase de outro tipo. Por exemplo:
«Volte sempre que quiser.»
ou
«Venha à nossa loja, sempre que lhe apetecer.»
Nestes casos, a palavra que não é uma conjunção explicativa. Faz parte da locução subordinativa temporal sempre que e é por isso mesmo que não deve ser precedida por uma vírgula, pois esta quebraria a ligação entre os seus dois termos.
Pode, porém, haver vírgula antes da palavra sempre: essa vírgula separa, com toda a legitimidade, as duas orações.
«Venha à nossa loja» - oração subordinante
«sempre que lhe apetecer» - oração subordinada temporal.
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