16 fevereiro 2007

Shampoo ou champô?


Assim como há um conjunto de palavras que ainda não encontraram lugar nos dicionários, mas que já são usadas pelos falantes, também há um certo número de termos estrangeiros que já "entraram" na nossa língua, mas cuja ortografia levanta dúvidas, porque ainda não se optou definitivamente por uma de duas possibilidades: mantê-los como se escrevem na língua de origem ou "aportuguesá-los".

O problema é que esse tipo de decisão não se toma de um dia para o outro, nem cabe a um punhado de pessoas. É preciso deixar que a imprensa, a literatura e a comunicação escrita em geral vão dando preferência a uma forma e preterindo as outras. E há um período por vezes bastante longo em que se vê a mesma palavra escrita de várias maneiras diferentes. É aí que muita gente tem dúvidas e quer saber como é que, afinal de contas, deve escrever o(s) termo(s) em questão.

Nesse período, há sempre os "estrangeirados", que preferem a grafia original do vocábulo (écran, bâton, atelier, cartoon, shampoo...) e os "nacionalistas", que não hesitam em adaptar a forma gráfica do termo às regras ortográficas da nossa língua (ecrã, batom, ateliê, cartune, champô...). E depois, para aumentar a confusão, há dicionários que propõem formas híbridas um tanto forçadas, como "croissã" (em vez de cruassã, que seria bem mais lógico).

Mas antes de avançar com a nossa opinião sobre este assunto, gostaríamos de ler a vossa. Acham que devemos manter a grafia original dos termos estrangeiros que usamos, ou adaptá-los a todos, para que apresentem uma forma mais adequada à nossa língua?

34 comentários:

  1. Eu prefiro os estrangeiros, não me iria habituar a escrever "croissã", penso eu.
    De qualquer maneira, acho que deveriam ser possíveis as duas maneiras, assim abragia todos os gostos e opiniões.
    Bjs, bom fim de semana

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  2. He he! "Eu prefiro os estrangeiros"?! Ó Joana!...
    Fora de brincadeiras, o seu ponto de vista coincide, quanto a nós, com a opinião de grande parte das pessoas que, pelo menos numa fase inicial, ainda têm dificuldade em ver a palavra com uma grafia aportuguesada. E, a propósito, recomendo a todos a leitura das obras de Mário Zambujal, que são bem divertidas e apresentam muitos termos estrangeiros adaptados (só para gerar a polémica?!), como "gentlemane" e muitas outras. Mas também não faz sentido escrevermos "yoghurt", quando é bem mais simples e português o iogurte!

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  3. Para mim é mais fácil usar os "estrangeirados",porque tenho (apesar de pouco)conhecimento do Inglês ou Francês ou wathever, no entanto, acho que por exemplo, se pedisse à minha mãe para escrever "cartoon" ela escreveria "cartune" por não ter conhecimento dos tais "estrangeirismos". Portanto considero que que as duas formas de escrita deveriam ser aceitáveis.
    Beijinhos e bom fim de semana.

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  4. Ora aí está um dado importante: a grafia estrangeira cria dificuldades a quem não domina o outro idioma...

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  5. Eu tenho sempre uma certa relutância em aportuguesar termos estrangeiros. Mas temo que se trate de um certo pedantismo da minha parte, já que sou fluente em Inglês e Francês.
    A História mostra que, mais tarde ou mais cedo, esses termos passam a fazer parte dos nossos dicionários, com as devidas adaptações.
    Haverá ainda alguém que escreva "foot ball"? E que tal passarmos a escrever "sofetuere"?
    Qual é o jogador de golfe que não diz "patar" (bater a bola com um taco chamado "putter")?
    Enfim...

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  6. Este blog é deveras interessante!
    Mas até tenho medo de aqui deixar comentários.
    Para não dar erros...
    Não sou um cromo "XPTO"(gostei do "postagem" anterior) do Português, porque sempre me considerei um terrorista gramaticário...
    (Muitos erros nestas frases??)

    Sérgio Ivo

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  7. Ah pois professoras.. estrangeiros =)
    Italianos de preferência não é?
    O Miguel que me desculpe, eh eh!
    Quanto ao que a Tânia disse, penso que se pedisse aos meus pais para escrevem "cartoon", eles não escreveriam "cartune", porque vêm televisão e "cartune" não aparece escrito em lado nenhum, penso eu.
    De qualquer modo, já ouvi muito boa gente a dizer "cartun". Às vezes o problema está na pronúncia, e não na escrita, acho eu.
    Bom findi

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  8. Olá Gio! Nada de ter receio de dar erros, nós também nos enganamos (mas temos a vantagem de poder apagar as nossas calinadas!). O que interessa é conversarmos sobre tudo o que nos apetecer, a propósito da nossa língua. O objectivo é que gostemos mais dela e que a tratemos bem, mas as regras e as gramáticas também têm muito que se lhes diga...!

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  9. Joana, a televisão não é o melhor exemplo no que toca à ortografia. O pouco texto que lemos é em larga medida aquele que alguns trabalhadores dos canais digitam à pressa, para aparecer nos "crolls" (mais um estrangeirismo...), etc. Nos livros e nos jornais é que percebemos se os portugueses andam a adaptar ou não essas palavras. Por exemplo, temos visto mais cartune do que cartoon.

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  10. O dicionário que citam deve ser o da Academia, suponho?... Tem, de facto, umas boas proezas lá para o meio...
    Sandra, já agora parabéns pelo blogue. É dos poucos (e já ando nisto de blogues(mais ums estrangeirismo já adaptado pela imprensa, hem) há muito), dizia, dos poucos blogues verdadeiramente ÚTEIS, e não mais um a falar do umbigo da tia.

    Força e bjs

    António

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  11. Obrigada, António! Sim, foi o dicionário da Academia que fez essa adaptação. Mas pensamos que tem muitos méritos, apesar de tudo! Por exemplo, ser tão exaustivo nas acepções, apresentar exemplos para quase todas elas e fornecer a chave fonética dos itens. Coisas que os outros dicionários portugueses, pelo menos os mais "comerciais", só começaram a apresentar depois.

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  12. Olá!
    Antes de mais quero felicitá-la por esta grande homenagem à nossa Língua Portuguesa.
    Parabéns!
    Eu pefiro adptá -la à nossa Língua.
    Devemos começar a defender a nossa língua materna.
    Obrigada.

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  13. Obrigada, Sandra.
    Quanto ao tema deste artigo, vamos publicar em breve mais um texto sobre o assunto... porque, afinal, ainda não demos a nossa opinião!

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  14. A língua portuguesa, como todas as línguas, está em constante mutação acrescentando novas palavras, novos conceitos, enfim, evoluindo. No entanto, não me consigo decidir quanto a optar apenas por uma solução. Em algumas palavras dá-me mais jeito 'aportuguesá-las', como por exemplo: ecrã, outras contudo parece-me demasiado forçado...

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  15. É isso mesmo! E pretender que se use o mesmo critério para todas seria uma veleidade.

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  16. VlSPJs Thanks to author.

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  17. Please write anything else!

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  18. actually, that's brilliant. Thank you. I'm going to pass that on to a couple of people.

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  19. na minha opinião as duas alternativa deveria estar certa pois são lugar muito diferentes uns dos outros ..

    by valdinei

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  20. Correto é aportuguesar, embora se admita a forma original estrangeira. Porque o termo aportuguesado vai sendo assimilado pouco a pouco. De qualquer maneira não é shampoo nem champô, é xampu.

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  21. da pra acreditar? a professora do meu filho do 2 ano,disse: que xampu ou shampoo,era aceito como champoo!...Por isso,fiz esta pesquisa

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  22. Não da pra acreditar uma professora do 2 ano, escreveu champool numa prova ao ser corrigida através de um bilhete feito por um responsável de seu aluno.Ela retornou com outro recado dizendo que a palavra champoo era aceita.Por esse motivo me levou a esta pesquisa!Para mim É XAMPU OU SHAMPOO...

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